Um belo poema de João Monge, que me inspirou aos seguintes versos complementares:
As paredes, as janelas
São pintadas de aguarelas
Ajustam-se em cada dia
Só para nos ver morar,
Ouvir estórias por contar,
Aquecer a noite fria.
E uma chave é partilhada
Sob o tapete da entrada
Em caso de esquecimento,
Até estranho pode entrar,
Quer venha para ficar,
Ou apenas um momento.
Tenha coração partindo,
Olhar triste ou sorrindo
Que saiba à chuva dançar
Com a Lua e cada estrela
Que brinca naquela janela
Até o Sol regressar
E a velha cartomante,
Mais o cavaleiro errante,
Os amantes e o soldado,
O do fado e a da esquina
Ditam a sorte e a sina
Deste mundo inacabado.
José Monge
2018-09-01