Passam anos...
enquanto as feridas mudam,
neste coração pleno de ti,
que com os meses se acomoda
e disponibiliza espaços,
que julguei não poderem coexistir,
onde outras sementes são lançadas,
distantes e sem rega periódica,
no eclipse da tua sombra,
até que uma possa germinar
e cobrir-te com as suas raízes,
e, quem sabe,
talvez eu possa de novo um dia florescer,
e voltar verdadeiramente a sorrir,
naquele gosto despreocupado
dos primeiros anos de (nova) vida.
José Monge, 02-11-2011