sexta-feira, 30 de novembro de 2007

Catilina II



Catilina II
To Sophia de Mello Breyner Andresen


Lonely guy would never lie,
Self-initiated in the spiral diving,
Surviving, surely not thriving,
Finding new and uncertain all I try.

Off of everything, I feel free,
Lost in the vertigo of this age,
But latent beating of the city
Returns me to reality, to the cage.

I'm an arrow flung into deep space
Without target, doomed for Infinity,
Unsafe in a destiny I do not trace.
A throbbing energy, an inner shout,
Depleting and casting shadows I embrace
Endless loop, but always out.

José Monge, 2006

Published at Poetry.Com

Catilina II


Catilina II


Eu sou o solitário e nunca minto.
Inicio-me na espiral de um mergulho,
Redescubro no rasgar de um embrulho,
A novidade e incerteza no que sinto.

De tudo desligado, livre sinto,
Perdido na vertigem desta idade,
Mas o pulsar latente da cidade
Devolve-me ao real, ao labirinto.

Sou a seta lançada em pleno espaço,
Sem alvo, condenado ao infinito,
Inseguro num destino que não traço.
E a energia contida neste grito
Esgota-me e obscurece o que faço,
Adensando ainda mais o conflito.
José Monge, 24 de Outubro de 1992

(Inspirado no poema “Catilina” deste nome grande das nossas Letras, a eterna Sophia de Mello Breyner Andresen).

A Mão Que Chama

Autor da foto: José Monge

A mão que chama
Pende latente,
Espera outra mão
Num sono ausente.
Ouro ou latão,
Pende contente,
Mostra quem ama
Neste Batente.

José Monge, 26-10-2007

WordPhoto Weblog


Caros amigos,


aqui fica o registo de algumas emoções e palavras que me ocorrem, persistindo por breves instantes nesse ponto sem coordenadas a que chamamos memória e que associamos ao cérebro ou ao coração (e menos frequentemente ao intestino ou à lingua e lábios, quando teimosos ganham vida e se recusam a obedecer-nos), o tempo suficiente para poder fixá-las no papel ou no computador. Se fizerem sentido para uma só pessoa que seja, já será gratificante o suficiente para me permitir continuar e não estar simplesmente a ocupar espaço em disco algures na rede (belo conceito, este de uma rede de pesca onde podemos pendurar um evento da nossa memória se o buraco não estiver já ocupado por um peixe), neste saco azul pelo menos tão grande como o planeta.


Rasgue-se o mar, que cá vou eu...


...e já agora Letras & Pixeis, porque tenciono misturar algumas fotos com textos.
José Monge


P.S. Estou a utilizar fotos de outros autores, em particular do Olhares.com, pois acho que apenas um link não é suficiente. De qualquer forma acrescentarei sempre a identificação do respectivo autor bem como o link para a foto original. Obviamente retirarei de imediato a imagem (e respectivo texto associado que não seja da minha autoria), sempre que tal seja solicitado pelos respectivos autores.